Josué, filho de Num, da tribo de Efraim, aparece inicialmente como Oséias, o assistente leal de Moisés. Ele estava com Moisés no Monte Sinai (Êxodo 24:13), guardava a Tenda do Encontro (Êxodo 33:11) e demonstrou zelo pela autoridade de Moisés (Números 11:28). Foi também o comandante militar na primeira batalha de Israel após o Êxodo, contra os amalequitas (Êxodo 17:8-14).
Seu nome foi mudado por Moisés para Josué ("YHWH Salva") antes de ser enviado como um dos doze espias para reconhecer a terra de Canaã. Enquanto dez espias voltaram com um relatório negativo que amedrontou o povo, Josué e Calebe (representante de Judá) deram um relatório de fé, insistindo que Deus lhes daria a terra apesar dos gigantes e cidades fortificadas (Números 13-14). Por causa dessa fidelidade, somente eles dois daquela geração adulta foram poupados por Deus do juízo de morrer no deserto e tiveram a permissão de entrar na Terra Prometida.
Próximo ao fim da vida de Moisés, Deus designou Josué como seu sucessor para liderar Israel na conquista de Canaã. Moisés o comissionou publicamente com imposição de mãos, e Deus encorajou Josué a ser "forte e corajoso", prometendo Sua presença contínua (Números 27:15-23; Deuteronômio 31, 34:9; Josué 1).
Após a morte de Moisés, Josué assumiu a liderança. Enviou espias a Jericó, que foram auxiliados por Raabe. Liderou Israel na travessia miraculosa do Rio Jordão, cujas águas se dividiram quando os sacerdotes que levavam a Arca da Aliança tocaram a água (Josué 3-4). Em Gilgal, ele circuncidou a nova geração de israelitas e celebrou a Páscoa. Ali, teve um encontro com o "Comandante do Exército do SENHOR", que lhe assegurou a presença divina na batalha (Josué 5).
A primeira grande conquista foi a de Jericó. Seguindo as instruções divinas, os israelitas marcharam ao redor da cidade por sete dias, tocando trombetas, e no sétimo dia, as muralhas ruíram milagrosamente (Josué 6). Seguiu-se uma derrota inicial em Ai devido ao pecado de Acã, mas após o juízo sobre Acã, Ai foi tomada por estratégia militar (Josué 7-8). Josué liderou Israel em aliança (embora enganosa) com os gibeonitas e depois em uma grande batalha contra uma coalizão de cinco reis amorreus do sul que atacaram Gibeão. Nessa batalha, Josué orou, e Deus fez com que o sol e a lua parassem até a vitória completa, além de lançar grandes pedras de saraiva sobre os inimigos (Josué 10). Posteriormente, Josué derrotou uma coalizão de reis cananeus do norte, liderada por Jabim de Hazor, nas águas de Merom (Josué 11).
Após as principais campanhas militares, Josué supervisionou a complexa tarefa de dividir a Terra Prometida entre as nove tribos e meia que se estabeleceriam a oeste do Jordão, de acordo com as instruções dadas a Moisés, utilizando sortes perante o Senhor em Siló (Josué 13-21). Ele também designou as cidades de refúgio e as cidades para os levitas.
No final de sua vida, Josué reuniu todo o Israel em Siquém para uma solene renovação da aliança. Ele recontou a fidelidade de Deus desde os patriarcas até aquele momento e lançou um desafio à nação: "Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade [...] Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais [...] Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR" (Josué 24:14-15). O povo professou sua lealdade a Deus, e Josué registrou os termos da aliança.
Josué morreu aos 110 anos e foi sepultado em Timnate-Sera, em sua herança na região montanhosa de Efraim. O texto nota que Israel serviu ao Senhor durante todos os dias de Josué e dos anciãos que o sucederam e que conheciam as obras de Deus (Josué 24:29-31). Ele é lembrado como um líder militar corajoso, estrategista habilidoso e, acima de tudo, um servo fiel e obediente a Deus e à Sua Palavra.