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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Judá (Filho de Jacó)

Judá (Filho de Jacó)
Antigo Testamento
Patriarcal

Informações Básicas

Início do Chamado Nascimento em Harã
Período Histórico c. Séc. XVIII-XVII a.C.? (Era Patriarcal)
Local de Nascimento Harã (Padã-Arã), Mesopotâmia
Local da Morte Egito
Quarto filho de Jacó e Lia, Judá desempenhou um papel complexo na história de José, sugerindo vendê-lo em vez de matá-lo. Sua própria história com Tamar resultou na linhagem messiânica através de Perez. Mais tarde, demonstrou liderança e auto-sacrifício ao interceder por Benjamim no Egito. Recebeu a bênção patriarcal de Jacó, prometendo a realeza ("cetro") e a vinda de "Siló" (Messias) de sua tribo.
O Patriarca do Louvor, Ancestral de Reis e do Messias

Biografia

Judá foi o quarto filho de Jacó e sua primeira esposa, Lia. Ao nascer, Lia exclamou: "Desta vez louvarei o SENHOR"; por isso lhe chamou Judá (Hebraico: Yehudah, "Louvor") (Gênesis 29:35). Ele cresceu em meio à complexa dinâmica familiar dos filhos de Jacó.

Na conspiração dos irmãos contra José, Judá teve um papel ambíguo mas crucial. Após Rúben impedir o assassinato direto, foi Judá quem sugeriu aos irmãos: "Que proveito haverá em matarmos nosso irmão e ocultarmos o seu sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas..." (Gênesis 37:26-27). Embora motivado em parte por ganho e evitando o fratricídio direto, sua ação resultou na venda de José como escravo.

Gênesis 38 interrompe a narrativa de José para contar um episódio específico sobre Judá. Após a morte de sua esposa cananeia (filha de Sua), com quem tivera três filhos (Er, Onã e Selá), e a morte dos dois mais velhos por maldade divina, Judá reteve seu terceiro filho, Selá, de se casar com sua nora Tamar, conforme o costume do levirato. Tamar, então, disfarçou-se de prostituta e teve relações com Judá sem que ele a reconhecesse, obtendo seu selo, cordão e cajado como penhor. Quando a gravidez dela se tornou evidente e ela foi acusada, Tamar apresentou os objetos de Judá como prova. Confrontado, Judá admitiu sua falha em não lhe dar Selá e declarou: "Mais justa é ela do que eu". Desta união nasceram os gêmeos Perez e Zerá. Notavelmente, é através de Perez que a linhagem real de Davi e a linhagem messiânica de Jesus continuam (Mateus 1:3).

Anos mais tarde, durante a fome, Judá demonstrou uma profunda transformação de caráter. Quando os irmãos precisaram retornar ao Egito pela segunda vez para comprar comida e levar Benjamim (conforme exigido por José, ainda não reconhecido), Jacó hesitou em deixar seu filho mais novo ir. Judá interveio, assumindo total responsabilidade e oferecendo sua própria vida como garantia: "Eu serei fiador por ele [...] Se eu não to tornar a trazer..., serei culpado para contigo para sempre" (Gênesis 43:8-9).

No clímax do teste de José no Egito, quando a taça de prata foi encontrada no saco de Benjamim e este foi ameaçado de escravidão, Judá deu um passo à frente e fez uma das súplicas mais eloquentes e comoventes da Bíblia (Gênesis 44:18-34). Ele descreveu o profundo amor de Jacó por Benjamim, o impacto devastador que a perda do rapaz teria sobre o pai idoso, e ofereceu a si mesmo como escravo no lugar de Benjamim para que o irmão pudesse retornar a Jacó. Este ato de liderança, responsabilidade e amor sacrificial foi o que finalmente levou José a se revelar a seus irmãos.

Antes de morrer no Egito, Jacó proferiu bênçãos proféticas sobre seus doze filhos. A bênção sobre Judá (Gênesis 49:8-12) foi a mais proeminente em termos de liderança e realeza. Jacó profetizou que Judá seria louvado por seus irmãos, sua mão estaria sobre seus inimigos (força como um leão), e o mais importante: "O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos". Esta profecia apontava para a futura supremacia da tribo de Judá, o estabelecimento da monarquia davídica e, em última análise, a vinda do Messias ("Siló", um termo enigmático geralmente interpretado messianicamente) de sua linhagem.

Judá morreu no Egito com o restante de sua geração, mas sua descendência formou a tribo mais poderosa de Israel, da qual emergiram o Rei Davi e, séculos mais tarde, Jesus Cristo, o "Leão da tribo de Judá" (Apocalipse 5:5).

Significado do Nome

Significado
Louvor / Aquele que Louva (Nome dado por Lia - Gn 29:35)
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Hebraico Primitivo? Aramaico?
Nome Original
Hebraico: Yehudah (יְהוּדָה)

Títulos

Nenhum (Progenitor da Tribo de Judá e da linhagem real)

Família

Pai
Jacó (Israel)
Mãe
Lia
Cônjuges
Filha de Sua (Cananeia), Tamar (nora)
Filhos
Er, Onã, Selá, Perez (gêmeo), Zerá (gêmeo)
Outros Parentescos
Jacó (pai)|Lia (mãe)|Rúben, Simeão, Levi, Issacar, Zebulom (irmãos plenos)|José, Benjamim (meio-irmãos)|Diná (irmã)|Tamar (nora)
Família Estendida
Quarto filho de Jacó e Lia. Tornou-se líder de fato entre os irmãos. Progenitor da tribo real de Judá.
Linhagem
Filho de Jacó/Israel e Lia / Fundador da Tribo de Judá / Linhagem Messiânica (via Perez)

Ministério e Morte

Papel Principal
Patriarca
Papéis Secundários
Líder entre irmãos Elo na Linhagem Messiânica
Ocupação
Pastor / Criador de Gado
Causa da Morte
Desconhecida (Morreu no Egito)

Profecias

Recebeu a bênção profética primária de Jacó (Gn 49:8-12), prometendo liderança ("cetro"), realeza, vitória, obediência das nações e a vinda de "Siló" (Messias) de sua linhagem.

Milagres

Testemunhou a providência divina na preservação da família através de José no Egito.

Citações Memoráveis

Sugestão sobre José: "Que proveito haverá...? Vinde, vendamo-lo..." (Gn 37:26-27). Garantia a Jacó: "Eu serei fiador por ele [Benjamim]..." (Gn 43:9). Súplica a José: "...fique este teu servo em lugar do moço por escravo..." (Gn 44:33). Confissão sobre Tamar: "Mais justa é ela do que eu..." (Gn 38:26).

Eventos Principais

Nascimento como 4º filho de Jacó e Lia. Participou da conspiração contra José, sugerindo vendê-lo. Incidente complexo com sua nora Tamar, resultando no nascimento de Perez (ancestral de Davi/Jesus) e Zerá. Assumiu liderança e responsabilidade pelos irmãos na segunda viagem ao Egito, oferecendo-se como fiador por Benjamim. Fez uma súplica auto-sacrificial a José pela liberdade de Benjamim. Recebeu a bênção da primogenitura (liderança/realeza) de Jacó. Migrou para o Egito com a família.

Territórios e Jornadas

Harã Canaã (Hebrom, Adulão, Timna) Egito (Gósen)

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Nenhuma evidência arqueológica direta de Judá, o indivíduo. O contexto geral do período Patriarcal é conhecido. A tribo e o Reino de Judá são amplamente atestados arqueologicamente em períodos posteriores.
Registros Históricos
Nenhum registro histórico extra-bíblico sobre Judá, o filho de Jacó.
Nível de Confiabilidade Histórica
alto

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