Isaque é o filho prometido por Deus a Abraão e Sara em sua idade avançada (Gênesis 17-18, 21). Seu nome, significando "Riso", reflete a incredulidade inicial (e posterior alegria) de seus pais. Como filho da promessa, ele foi circuncidado ao oitavo dia e se tornou o herdeiro da aliança que Deus fez com Abraão.
Um dos eventos mais marcantes de sua vida é o "Sacrifício de Isaque" ou Aqedah (Gênesis 22). Deus testou a fé de Abraão ordenando que sacrificasse seu amado filho Isaque no Monte Moriá. Isaque, embora jovem (idade exata não especificada), demonstrou submissão ao seu pai e a Deus, carregando a lenha e questionando sobre o cordeiro. No último momento, um anjo impediu Abraão, e Deus proveu um carneiro para o sacrifício, reafirmando Suas promessas a Abraão por sua obediência.
Após a morte de Sara, Abraão preocupou-se em encontrar uma esposa para Isaque entre seus parentes na Mesopotâmia, enviando seu servo mais antigo em uma missão detalhadamente narrada em Gênesis 24. O servo, guiado por Deus, encontrou Rebeca, neta do irmão de Abraão, Naor, que concordou em se casar com Isaque. Isaque amou Rebeca, que o consolou após a morte de sua mãe (Gênesis 24:67). Isaque tinha 40 anos quando se casou.
Rebeca inicialmente era estéril, mas Isaque orou ao Senhor por ela, e Deus ouviu sua oração. Rebeca concebeu gêmeos, Esaú e Jacó, que já lutavam em seu ventre. Isaque tinha 60 anos quando eles nasceram (Gênesis 25:19-26). A narrativa subsequente mostra um favoritismo dividido: Isaque amava Esaú, o caçador habilidoso, enquanto Rebeca amava Jacó, mais caseiro.
Durante uma fome na terra, Isaque foi para Gerar, na região dos filisteus. Deus lhe apareceu, proibiu-o de descer ao Egito, e reafirmou a Aliança Abraâmica com ele, prometendo multiplicar sua descendência, dar-lhe todas aquelas terras e abençoar todas as nações através dele (Gênesis 26:1-5). Temendo por sua vida por causa da beleza de Rebeca, Isaque (assim como Abraão fizera antes) disse que ela era sua irmã. Quando o rei Abimeleque descobriu a verdade, repreendeu Isaque, mas ordenou que ninguém tocasse no casal. Isaque prosperou grandemente em Gerar, colhendo cem vezes mais do que semeou e adquirindo grandes rebanhos, o que causou inveja nos filisteus, levando a conflitos sobre poços de água que Isaque cavava (Esek, Sitna). Ele se mudou para Berseba, onde Deus lhe apareceu novamente, reafirmando a promessa. Ali, fez um pacto de paz com Abimeleque (Gênesis 26:12-33).
Na velhice, quando estava cego, Isaque desejou abençoar seu filho favorito, Esaú, antes de morrer. No entanto, Rebeca ouviu e arquitetou um plano para que Jacó, disfarçado, recebesse a bênção primogênita em lugar de Esaú. Isaque foi enganado pelo disfarce e pelo gosto da comida preparada, e proferiu sobre Jacó a bênção da prosperidade, domínio e continuidade da aliança. Quando Esaú retornou e a verdade veio à tona, Isaque tremeu violentamente, mas confirmou a bênção sobre Jacó, dando a Esaú uma bênção secundária (Gênesis 27). Posteriormente, Isaque abençoou Jacó novamente antes de enviá-lo a Padã-Arã para encontrar uma esposa entre seus parentes (Gênesis 28:1-5).
Isaque viveu até os 180 anos, sendo o mais longevo dos três patriarcas principais. Após sua morte em Manre (Hebrom), foi sepultado por seus dois filhos, Esaú e Jacó, na Caverna de Macpela, junto a seus pais e sua esposa Rebeca (Gênesis 35:27-29; 49:31). Isaque representa a continuidade pacífica da aliança, o filho da promessa através de quem Deus cumpriria Seus propósitos para com Israel e o mundo.